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Podia ser em papel. Mas não era a mesma coisa.
Desde o dia em que vi aquele risquinho no teste de gravidez, no fim de abril, que a primeira imagem que me surgiu foi a de um menino. Não sei explicar porquê, e nem sequer tinha razão para isso. Foi mero palpite, pronto. Ou, achava eu, talvez intuição de mãe. Quando me perguntavam o que preferia, dizia sempre que não preferia nada, que o importante era que viesse bem - até porque sendo o primeiro, o "cromo" nunca seria repetido, por isso era indiferente - mas vendo bem, as meninas e toda a parafernália que as rodeia até têm mais graça. Além disso, no rol de primos diretos já há três meninos e só uma menina, por isso até era giro se agora viesse uma gaja e uns vestidinhos e lacinhos, para desanuviar. Isto tudo sem nunca ter dúvidas de que era um menino.
Bom, o que é certo é que passei de não querer saber o sexo do bebé até ao parto, coisa que afirmava convictamente antes de engravidar, para estar ansiosa e a contar os minutos até ao dia em que podia finalmente desvendar o segredo. O que aconteceu ontem. Quando entrei disse ao Dr. Amado que já sabia o que era. "Ai é? Então?" É um menino, respondi. "Ah, então é porque é - as mães raramente se enganam!", disse com um sorriso. Depois de se confirmar que estava tudo bem (perdi um quilo e tal em mês e meio, o que aparentemente é bom!), medir a tensão, beca beca, lá passámos para a parte do "programa" a preto e branco. Curiosamente, acho que ontem percebi menos do que vi do que na anterior, das 12 semanas, e sinceramente fiquei certa de que não se ia conseguir ver o sexo. "Está a ver aqui, é a cabeça", dizia o querido Dr. Amado. Ahhh.... Eu pensava que a cabeça era a bola do lado. Aparentemente devia ser o tronco. "E aqui, uma perninha esticada, a outra mais encolhida..." Aham. Certo. O Dr. e a assistente olham para aquele emaranhado de linhas e decifram aquilo tudo como se tivesse a nítidez de uma foto tirada com o iPhone 5, já eu e o marido ficamos ali meio perdidos. A sensação é a mesma que tinha há anos quando ficava horas especada a olhar e a tentar encontrar as formas escondidas naqueles desenhos tridimensionais, que eram feitos de padrões coloridos. Havia sempre alguém que conseguia ver o que lá estava e gritava com entusiasmo "É um barco!", "É um cão!", e eu, nicles. A única coisa que era certa era uma grande dor de cabeça.
Sempre tive dificuldade em decifrar ecografias de bebés alheios, mas achava que quando fosse a minha vez isso não ia acontecer. O meu bebé ia aparecer perfeitamente claro, qual emissão digital em formato paronâmico, não ia cá haver dúvidas. Pois, mais uma convicção que foi pelo cano! Passados poucos minutos, já eu perfeitamente convencida de que iria sair de lá sem nenhuma novidade, diz o Dr., calmamente... "Pois... Sabe que numa família de mulheres bonitas... Até convém... Que seja uma menina..." Hmmmm? Então??? "É uma menina!!" Ahhhhhhh a sério??? Pronto, foi a surpresa total. Risos e êxtase, ficámos muito contentes! Mais eu do que o pai, que não tinha qualquer preferência e como tal ficava contente de qualquer maneira, porque acho que eu claramente (e percebeu-se pela minha alegria ontem) devia preferir uma menina, ainda que fosse lá no fundo, no fundo. Seja como for, conseguiu enganar-me bem e ainda nem nasceu. Isto vai ser bonito, vai.
E agora é escolher o nome! E finalmente comprar os vestidinhos e os fofos que andava a namorar. Prepara-te, conta bancária.