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Podia ser em papel. Mas não era a mesma coisa.
Não posso entrar na Bertrand, que me desgraço. É mesmo assim desde que me conheço como gente. Quando era pequena e ia com a minha mãe ao "doutor dos olhos" em Lisboa, na Rua Castilho, tinhamos de passar sempre na Baixa no caminho de volta ao cais do Terreiro do Paço. A minha recompensa por me ter portado bem era irmos à Livraria Portugal, onde a minha mãe me deixava vasculhar o tempo que quisesse por entre os títulos e escolher o que mais gostasse. Só um, mas às vezes dois, vá, quando não me conseguia mesmo decidir e fazia o choradinho. Ela lá cedia. Parece que estou a ver-me, a entrar em passo apressado à frente da minha mãe, tal era a ânsia de escolher o livro que queria levar, e a subir as escadas de dois em dois degraus até ao primeiro andar, onde estavam os livros infantis e juvenis. Era o meu parque de diversões. Sinto o cheiro da cera da madeira do chão misturado com o do papel como se fosse hoje. Já todos os funcionários me conheciam e à minha mãe, e não se importavam nada que lá estivessemos séculos, a minha mãe na conversa com eles, eu a escrutinar todas as prateleiras. Achavam-me piada, digo eu. E enquanto escrevo isto quase me vêm as lágrimas aos olhos, por saber que esse marco da minha infância já não existe. Tenho imensa pena.
Bem, isto para dizer que estive na Bertrand na terça-feira para comprar os "folares" dos miúdos - felizmente tenho o orgulho de ter sobrinhos que adoram ler, e eu adoro oferecer-lhes livros, porque também eu adorava recebê-los! - e tive de trazer mais não sei quantos para mim também. E mais traria, mas achei melhor controlar-me. Agora só precisava de ter uma divisão cá em casa só para os livros, e forrar todas as paredes com prateleiras até ao tecto, em jeito decorativo. "Penayé" que não haja espaço. Paciência. Fica o projeto adiado e prometido para a próxima casa.
Estamos quase quase na fase das sopas e das papas! Confesso que tenho algum receio de não conseguir amanhar-me com esta novidade, porque cozinhar para bebés não tem nada a ver com o que é para adultos. Tudo o que é para nós é sempre feito um bocado "a olho", já se sabe (é assim que gosto de cozinhar e é por isso mesmo que detesto fazer doces! Nada sai bem se não for ao milímetro...). Como para ela as quantidades serão mínimas, é importante seguir à risca as receitas e não inventar, e como sei que vou ter imensas dúvidas é sempre bom ter toda a ajuda... Este é o mais recente de Christine Bailey, 100 Receitas para Bebés, da Arte Plural Edições. A autora é nutricionista e elaborou uma série de receitas equilibradas e saudáveis para os bebés dos seis aos doze meses. O livro é de fácil e rápida consulta e tem imensas dicas sobre como tirar melhor partido do potencial nutritivo de cada alimento, com instruções precisas sobre como os cozinhar de forma a que nada se perca! Acho que lhe vou dar muito e bom uso!
100 Receitas para Bebés, de Christine Bailey, Arte Plural Edições (12,20€). Disponível nas livrarias desde 11 de abril.