Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Por Carmen Saraiva

foto do autor


Contacto

cmsaraivasantos@gmail.com

100 páginas no Instagram

@carmensaraivasantos

calendário

Agosto 2014

D S T Q Q S S
12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31


Pesquisar entre as páginas

 


Uma sirene de bombeiros em forma de bebé

Quarta-feira, 20.08.14

Mães de bebés e crianças bonitas, por favor digam-me se isto é normal ou se estou a transformar-me numa grande anti-social: não vos chateia que não possam ir a lado nenhum sem terem pelo menos 36 pessoas a meterem-se com os vossos filhos num espaço de 50 metros? Ontem a realidade da coisa atingiu-me. Estou sem qualquer paciência para fazer conversa de chacha com desconhecidos sobre a minha filha. Não consigo ir a lado nenhum, a uma loja, a um café, a um restaurante, a um parque, sem ter todos os empregados, clientes e transeuntes existentes a incomodarem-me com comentários. Bem sei que são bem intencionados e que é pelo facto de ela ser tão linda que chama tanto a atenção dos que olham, mas confesso que já são oito meses disto e já me cansa. "Ah, tão linda!", "Ah, que bebé tão gira!", "Ah, tão fofinha!"... Yeah yeah, bla bla bla... Já sei isso tudo! Nunca ouviram falar em quebranto? Os antigos diziam que as más energias, os olhares alheios e as invejazinhas enchiam os bebés e as crianças de quebranto. E é só disso que eu me lembro a toda a hora, e por isso fujo a sete pés de quem não conheço (e de algumas pessoas que conheço também!). "Deslarguem-me", bolas! Só queria poder ir a qualquer lado sem ter de ser quase abalroada no meu caminho por gente que nunca vi mais gorda, porque querem ver a minha filha mais de perto, ou saber quantos meses tem, ou de quem são os grandes olhos azuis (ela é adotada, para essa parte já arranjei resposta). Há dias em que não queremos falar com ninguém, em que só queremos estar sossegados e passar despercebidos. E eu já não sei o que é isso há oito meses. Andar com ela na rua é mais ou menos o equivalente a ter uma sirene de bombeiros no alto da testa. Ah, os tempos em que passava numa rua ou entrava numa loja e ninguém olhava para mim, nem largava o que estava a fazer para vir a correr chatear-me... Ah! Que saudades...

PS: e nem quero imaginar como será para as pessoas que têm gémeos... Isso sim, deve ser de levar uma pessoa à loucura com toda a espécie de comentários. É que não há quem não repare em gémeos e não tenha qualquer opinião a dar, opinião essa de extrema relevância para os pais, claro...

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Carmen Saraiva


Em poucas palavras



O que preenche as páginas


subscrever feeds