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Por Carmen Saraiva

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Essenciais pós-parto

Terça-feira, 14.01.14

 

 

São estes os meus grandes aliados neste último mês de alterações na rotina, que passou a correr: o Sleep-Recover, um maravilhoso bálsamo antifadiga para o rosto da Filorga, e o Restructurant Corps, um gel reestruturante corporal pós-parto, da Mustela.

 

O primeiro, da Filorga, aplico todas as noites após o banho na pele limpa e tonificada, e na manhã seguinte não há vestígios das interrupções forçadas no sono de beleza. A Margarida dorme muito bem e deixa dormir, mas infelizmente não posso ainda deixá-la dormir toda a noite, o que significa que o despertador volta e meia me relembra que é hora de levantar para lhe dar de mamar. É uma tortura. Custa horrores porque ela nem sequer chora com fome e dorme profundamente quando a vou buscar, mas também acredito que já falte pouco tempo para a poder deixar em paz a desfrutar do seu soninho descansado, até ter fominha e dar sinal por si própria.

O certo é que este bálsamo é o milagre da eliminação do cansaço no rosto, mesmo neste tipo de contexto extremo. Além de ter uma textura ótima e muito agradável, basta aplicar uma pequena quantidade para conseguirmos o conforto total da pele. Neste caso específico, sente-se de imediato a qualidade do produto - os resultados da manhã seguinte comprovam o resto!

 

 

 

O reestruturante corporal pós-parto foi uma agradável surpresa. Aplico com uma pequena massagem nas zonas críticas - coxas, ancas, barriga e peito - em conjunto com o antiestrias da Elancyl (um dia um, noutro dia o outro), e adoro tanto o aroma como a textura, muito fácil de espalhar e de rápida absorção. Ao contrário do antiestrias da mesma marca, que não me convenceu, fiquei fã deste produto.

 

 

Obrigada Filorga e Mustela, por estas grandes ajudas!

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por Carmen Saraiva

A grande aventura

Quinta-feira, 02.01.14

18 de dezembro de 2013.

 

05h30

Acordei estremunhada ao som do alarme do telefone. Nem queria acreditar que era o dia em que a Margarida iria nascer. Parecia tudo muito surreal. Não dormi bem, à conta dos nervos, mas quando o despertador tocou senti um misto de adrenalina e ansiedade que me fez saltar da cama como uma mola. Mais ou menos o que sentimos quando temos de nos levantar cedíssimo para apanhar um voo que nos leva a um destino de férias: a excitação supera sempre o cansaço. Preparei-me com calma, tomei duche, vesti-me. Estava em jejum desde as 23h30 da véspera, e por isso só o marido tomou o pequeno almoço. Nem tive direito a água. Fome não tinha, pela hora da madrugada, e também porque os nervos me embrulham sempre o estômago.

Tudo pronto, uma última olhadela à casa, para ver se estava tudo em ordem para três dias depois receber a nossa nova inquilina, e toca a enfiar tudo no carro. A mala dela, a minha, a do papá. A almofada de amamentação (que acabei por não conseguir usar no hospital), a máquina fotográfica, o computador, algumas garrafas de água. O ovinho, o chassis do carro. Parecia que íamos de viagem três semanas. Tentei controlar-me e fingir que não estava a sair de casa para ir parir um bebé, mas por dentro estava eufórica e cheia de medo. A cesariana tinha sido aconselhada pelo médico em quem deposito total confiança há anos, médico esse que iria fazer o parto e, como tal, apesar de a princípio ter ficado um pouco desiludida por não ser parto normal, acabei por me habituar à ideia. Sendo assim, achámos melhor marcar (outra coisa que sempre disse que não queria fazer) para antes do Natal, e foi assim que chegámos à data escolhida. Sabia que era algo mais controlado e menos violento e imprevisível do que todo o processo de um parto normal, mas mesmo assim estava aterrorizada com tudo o que me esperava. Não por ser desconhecido, porque estava completamente por dentro do que se iria passar, mas por detestar todo o ambiente de hospital. Isto iria ser, afinal de contas, uma cirurgia. Só queria que ela viesse bem de saúde, que tudo corresse bem e dentro do esperado, e que eu sofresse o menos possível, já agora.

 

07h55

Estacionámos à porta do Hospital dos Lusíadas. Entrei apressada, não sei se empurrada pela ansiedade ou se por achar que já poderíamos estar atrasados - o Dr. tinha pedido que estivessemos lá antes das 8h. Feita a inscrição, sou levada poucos minutos depois por uma enfermeira. Entrei no bloco de partos sem me despedir do marido, não fazia ideia de que iria estar algumas horas sem o ver - a ideia era estarmos sempre juntos até à hora H. O problema foi haver falta de quartos disponíveis aquela hora, o que fez com que fosse levada para a sala do recobro ainda antes do parto, e que tivesse de ficar lá, com ele cá fora, na sala de espera. Na sala do recobro, a enfermeira pediu-me que me despisse e que vestisse a bata do hospital - aquelas jeitosas que deixam o rabo ao léu - e me deitasse na cama. Nessa altura já eu estava que nem podia. Fiquei na cama do fundo, a mais longe da porta, e na parede ao lado estava um quadro com uma foto de uma cesariana. Lembro-me que olhei durante horas a fio para a foto (praticamente até entrar para a sala de partos, às 12h15), completamente petrificada com a visão do que se iria passar dentro de alguns instantes. Veio uma enfermeira fazer perguntas de rotina, veio outra para me colocar um cateter no pulso para o soro (que doeu como o raio!), e entretanto achei que devia perguntar pelo marido, que a esta altura do campeonato já devia achar que eu tinha parido e ninguém o tinha avisado. Acabaram por deixar que ele entrasse durante alguns minutos para me ver. Pareceu-me calmíssimo - aparentemente só eu me sentia perdida no meio daquele ambiente. Saiu pouco tempo depois e eu fiquei outra vez sozinha. Tive de pedir para me ajudarem a ir à casa de banho quatro vezes - com o Boby do soro atrás. Combinação de cabeça na bexiga + nervos dá nisso. Acabei por verbalizar a um dos enfermeiros que estava cheia de medo, o que levou a que a senhora da cama ao lado, atrás da cortina, me dissesse que não custava nada. Já ia na segunda e era canja. Falámos um pouco e ela quis tranquilizar-me, uma voz sem rosto, mas nada me conseguia acalmar. Praticamente nem ouvia nada do que me diziam, só pensava constantemente no mesmo. Vieram buscar as senhoras que estavam primeiro na "fila de espera", e eu ia ouvindo os bebés a chorar à medida que elas desapareciam da sala. "Olha, já nasceu", comentavam os enfermeiros. Quando percebi que era eu a próxima caiu-me tudo. "Vamos?", perguntou-me a enfermeira.

 

12h15

Entrei na sala de partos pelo próprio pé. Observei tudo o que podia para tentar registar algum pormenor marcante, mas só me lembro de pensar "que giro, tem uma janela para o exterior..." Deitei-me na marquesa e posicionei-me de lado conforme as instruções do anestesista. É agora, pensei. A partir daqui é que a coisa se complicou. A experiência da anestesia custou-me mais do que imaginava. É tudo muito estranho e demasiado assustador. O anestesista e a enfermeira que assistiu foram uns queridos, mas isso não impediu que os medos viessem ao de cima. Foram conversando comigo como se nada fosse, para me distrair, fingindo que estavamos sentados à mesa de um café. E eu fingia que ouvia o que me diziam e falava mecanicamente, com respostas tipo telegrama. Agora já não dava para desistir, raios. Senti a picada que anestesia a zona local, e à picada seguinte, mesmo com aviso prévio, tive uma espécie de choque elétrico, da ponta do pé até à cabeça, que me fez estremecer e me assustou imenso. Como se tivesse colocado os dedos na tomada e a corrente tivesse ido de uma ponta do corpo à outra. Senti mais picadas, mas já menos intensas. Os nervos tomaram conta de mim e comecei a hiperventilar. "Minha querida, vai começar a sentir a perna direita dormente", ouvi. Confere. Deixei de sentir a perna direita. A enfermeira deitou-me novamente de costas e a esta altura já teve de ser ela a dobrar-me os joelhos e a apoiar-me os pés na marquesa. "Experimente levantar o rabo." Nada. Já não sentia absolutamente nada da cintura para baixo. Uma sensação terrivelmente estranha. "Vai sentir-se ligeiramente enjoada daqui a dois minutos, é normal e passa depressa", disse o anestesista. Só exagerou no eufemismo, porque ligeiramente enjoada não foi bem a descrição apropriada. Senti um enjoo fortíssimo e pensei mesmo que ia vomitar. Uma má disposição tremenda. Disse-o em voz alta e a enfermeira tranquilizou-me, "já vai passar, minha querida, respire fundo". Inspirei e expirei com dficuldade, à procura de uma calma que não tinha. Sentia que estava a flutuar dentro de água quente, da cintura para baixo - não percebi se estava vestida ou despida, só sabia que me tocavam porque sentia estremecer as pernas. Só pensava que devia ser isto que sentiam as pessoas que ficavam paraplégicas. Que horror. O anestesista pressionou-me várias vezes as coxas com firmeza e confirmou que não sentia nada. Vi colocarem o campo que bloqueia a visão para a barriga, e pedirem para chamar o pai. "O pai certo!", disse o meu querido Dr. Amado, sempre bem disposto. Fixei os olhos no relógio para não perder de vista a hora do nascimento dela. Queria ter a certeza de que era a hora exata. Quando finalmente estava tudo pronto, entrou o marido, vestido a rigor, bata e touca verde na cabeça. Pronto, comecei a chorar. Acho que chorei durante toda a cesariana. Só me lembro de ele me perguntar, "Está a doer?", e eu responder "Não..." E de facto não estava. Só sentia abanões fortes na zona abdominal, mas absolutamente dor nenhuma. Chorei e senti-me completamente perdida nesses minutos em que durou tudo aquilo. Uma sensação indescritivelmente horrivel, não pela dor, mas por todo o "peso" que tem. Sentimo-nos totalmente nas mãos daqueles profissionais que estão naquele momento com a nossa vida e a vida da nossa bebé sob sua responsabilidade, e a falta de controlo da nossa parte é muito assustadora. Só podemos esperar que tudo corra pelo melhor.

 

12h34

De repente, ouvi "Vem aí a sua Margarida! Olhe, levante a cabeça!" Baixaram o campo mas não consegui ver nada, o marido teve de me ajudar a levantar a cabeça porque me sentia sem forças. Assim que a ergueram e a vi pela primeira vez, chorei ainda mais. Achei-a logo linda de morrer, fiquei perdidamente apaixonada. "3,520kg, às 12h34!" Ouvi alguém dizer " Parabéns, mamã!", mas não consegui responder no meio das lágrimas. "Esta mãe agora não está para ninguém", disse o Dr. Amado. Levaram-na para a marquesa do lado, limparam-na e vestiram-na, tive-a sempre debaixo de olho. Lembro-me de perguntar por que não chorava ela, e se estava tudo bem. "Está tudo bem! Não se preocupe! Estas mães querem é que eles chorem... Minha querida, ela vai chorar durante três anos... e é à noite!", brincou o meu médico. A partir daqui, foi tudo muito rápido. Coseram-me, colocaram-me numa cama e deitaram a menina ao meu lado. Ficámos as duas a namorar na sala de recobro. A minha irmã M. ainda conseguiu ir de fugida à sala, para me dar um beijinho, e depois passei por ela e pelo marido a caminho do quarto. Já eram cerca das 16h. Começava aí a grande aventura da recuperação da cesariana e dos cuidados com a minha bebé. Mas isso fica para outro post...

 

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por Carmen Saraiva

Amor Maior

Domingo, 29.12.13

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Estou em falta com os posts, eu sei!, mas apesar de estar a correr tudo maravilhosamente bem, nestes primeiros dias sobra-me pouquíssimo tempo para outra coisa que não seja tratar da minha Magá! Entre amamentar (que tem corrido lindamente), mudar fraldas e dar miminhos, sinto-me completamente mergulhada neste Amor Maior que nos foi oferecido neste Natal, e que me enche de uma felicidade que não consigo descrever. E aqui fica uma foto de um desses momentos indescritíveis...

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por Carmen Saraiva

A passo de caracol

Segunda-feira, 16.12.13

Sono, cansaço, dores nas costas e dificuldade em andar. Finalmente tudo aquilo que até aqui nunca tinha sentido caiu-me em cima com uma rapidez impressionante. Não sei se é o peso dela que começa a deitar-me abaixo, se é o final do tempo a aproximar-se (já estou nas 38 semanas), o que é certo é que tudo agora é um custo. E no entanto ando a tratar de tudo em casa: em limpezas e arrumações, a deitar tralha desnecessária para o lixo, a pendurar quadros e a organizar um pouco mais o que já está organizado. Quero tudo em ordem para quando ela chegar! Até porque depois não sei como vou estar em termos de recuperação física e se consigo tratar de tudo, por isso mais vale deixar o mais possível adiantado. A fazer intervalos de 5 em 5 minutos para me sentar, mas pouco a pouco lá vai indo...

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Encomendas de última hora

Terça-feira, 10.12.13

O saquinho para a primeira roupinha, e o sling, cujo tecido foi escolhido a dedo... Tudo da Presas Por Um Fio (é só procurar no Facebook).

 

 

 

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por Carmen Saraiva

Ainda sobre as estrias

Quinta-feira, 05.12.13

Nos últimos meses fiquei 'pro' em cremes antiestrias. Eu, que nunca antes tinha precisado de recorrer a este tipo de cosmética, desde que engravidei já experimentei seis marcas diferentes: Percutalfa, Halibut, Elancyl, Mustela e, mais recentemente, Lierac e Clarins. Até agora, às 36 semanas de gestação, ainda não fui atacada pelas malvadas - não sei se pela eficácia destes cremes, se pela genética, se pelos cuidados de hidratação contínua que sempre tive desde os 15 anos. Todo o santo dia, com frio ou calor, após o banho nunca falha o ritual do creme hidratante no corpo todo. No verão alterno com o after sun nos dias de praia. O que é certo é que a pele deve ter adquirido uma elasticidade profunda que permitiu que as estrias ficassem longe agora durante a gravidez - sei que ainda não acabou o tempo e ainda falta a recuperação pós-parto, por isso "bate na madeira", mas de qualquer forma acho que já vim longe e muito provavelmente com os cuidados que tenho tido sou capaz de conseguir fintar esse desgosto.

Mas voltando à crítica sobre os dois produtos antiestrias que experimentei em último lugar: quanto ao Phytolastil, da Lierac, achei fácil de espalhar, o que favorece a massagem, e é sem dúvida de absorção rápida. Os únicos pontos que me desagradaram foi mesmo a textura, que por ser gel não se torna muito agradável durante estes meses mais frios, e o aroma, que também não seduz. Achei também que a embalagem é demasiado pequena (apenas 100ml) e, como tal, acaba muito depressa, sobretudo se fizermos a aplicação duas vezes ao dia. Acho que me durou apenas duas/três semanas, o que é pouquissimo...

Relativamente ao Soin Complet Spécial Vergetures, da Clarins, apesar do aroma não ser o que estava à espera, tem a textura perfeita e a embalagem tem o tamanho apropriado para durar algum tempo (200ml). É fácil de massajar (vem aliás com conselhos e dicas sobre a melhor forma de aplicar o creme de maneira a favorecer a estimulação da pele durante a gravidez), e nota-se de imediato o aumento do conforto e da elasticidade. O extrato de centelha asiática ajuda a proteger e a regenerar as fibras de colagénio e elastina, e os extratos de baga de empetrum e siegesbeckia consolidam a ação apaziguante e reparadora. É este que estou a usar no momento e creio que vá durar até ao parto, altura em que irei passar para um produto regenerador e reparador dos tecidos, em combinação com o antiestrias. Isto tudo para além de um creme de hidratação profunda, claro. Ainda não sei de que marca será - a Mustela tem um indicado para o período pós-parto, mas ainda não sei se irei escolher esse.

 

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por Carmen Saraiva

Recuerdos

Sábado, 30.11.13

Ontem tive uma ideia brilhante. Comprei todas as revistas de gajas deste mês (só as interessantes, claro), para as guardar e mostrar à Margarida daqui a uns anos, para ela ver o que estava na moda e do que se falava no ano/mês em que nasceu. No dia em que ela nascer vou também incumbir o pai de comprar os jornais mais importantes do dia. Vai ser uma recordação gira para ela, que eu também gostava de ter.
Para mais tarde fica a garrafa de vinho de 2013, para guardar e lhe oferecermos no dia em que se casar... Mesmo que se estrague o conteúdo, vai ser sempre uma preciosidade para nós.

 

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Reta final

Sexta-feira, 29.11.13

Quase 36 semanas. Falta exatamente um mês para a chegada da Margarida. Sinto-me ótima até à data e, fora a dificuldade em mudar de posição durante a noite, e em levantar-me da cama (e de assentos muito baixos no geral), está tudo a correr lindamente. Nem sequer tenho tido grande dificuldade em dormir, nem as insónias que dizem ser comuns nesta altura. Sim, sinto que acordo com muita facilidade ao cair de um alfinete sobre um tapete, mas diz que é normal.

A única alteração que houve foi mesmo em termos de alimentação. Basicamente, de há 15 dias para cá só me apetece porcarias. Para quem comeu quase nada durante a gravidez toda, almoçava sopa e ao jantar comia um quarto do prato, agora não é que me apeteça comer muito, mas apetece-me tudo o que não presta. Batatas fritas, pizzas, hamburgueres, etc. E às vezes tenho uma necessidade imensa de algo doce, um biscoito, uma bolacha Maria, ou algo do género. Muito provavelmente porque o meu nível de açúcar no sangue está baixo, pelo menos segundo as últimas análises. Ou então é a miúda que está na fase da engorda e só me quer fazer comer coisas que não devo. 

Seja como for, o peso que tenho ganho de há um mês para cá tem sido todo para ela, porque coincíde com a estimativa do que ela tem engordado. Menos mal. Daqui a uma semana há nova consulta e já devo sair de lá com mais novidades...

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Das controvérsias da barriga #2

Terça-feira, 26.11.13

Já tinha dito uma vez que desde que estou grávida mudei o meu ponto de vista sobre muitos assuntos. Foi assim uma espécie de transplante de ideias que pode ter sido provocado pelas hormonas, ou pela quantidade de informação que nos entra pelos ouvidos a partir do dia em que vemos o tal risquinho bem marcado no teste de gravidez. Surpreendi-me a mim própria em muitos aspetos. Por exemplo, não tinha ideia do quanto gostava de ter um parto normal, ao invés de uma cesariana. Sempre pensei que isso me fosse indiferente, desde que tudo corresse bem, de uma forma ou de outra. Ou de quanto fazia questão de amamentar o meu bebé. Sinceramente era uma coisa que me assustava mais do que o parto em si, pelas histórias de terror que tinha ouvido e pelo alto nível de dependência em que isso nos colocava relativamente à criança, e vice-versa. Basicamente, a alimentação do bebé dependeria única e exlusivamente de nós, e nunca podíamos estar mais do que duas, três horas afastadas dessa tarefa, a não ser que retirássemos o leite para que alguém o pudesse dar em biberão. Não sei porquê, isso fazia-me imensa confusão. Mais: a aparente pressão a que as mulheres são sujeitas hoje em dia para amamentarem os seus bebés, sendo quase consideradas "criminosas" quando desistem, ou preferem à partida o leite adaptado, também me fazia repudiar todo o conceito. Afinal de contas, as mamas são de quem? Porque, sejamos realistas: tal como no parto, ninguém, a não ser a mãe, sofre na pele o efeitos da amamentação, e mais ninguém, a não ser ela, pode decidir se quer ou não sujeitar o corpo a esse processo. Sobretudo quando é tão doloroso ao ponto de as fazer chegar ao desespero e às lágrimas, transformando o acto numa verdadeira provação - que acho que não é de todo a ideia, nem para a mãe, nem para o bebé. Aliás, já li que nesses casos extremos, o bebé sente de tal forma o stress da mãe que todos os benefícios do leite se desvanecem - mais vale dar leite adaptado num ambiente calmo e relaxante, em que se pode apreciar o momento e realmente estabelecer uma ligação com o bebé, do que passar as passas do Algarve para amamentar contrariada e em sofrimento. Não faz sentido e pronto, e se a mãe não estiver feliz, o bebé também não pode estar. Não acho que sejam más mães, nem que estejam a negligenciar os bebés por isso. Elas lá terão os seus motivos, e de certeza que as crianças serão compensadas de outras formas, quanto mais não seja com o sorriso e com o bem-estar da mãe, que eles entendem nos primeiros tempos como sendo parte integrante deles próprios. Não cabe a mais ninguém julgar, sejam essas pessoas mães ou não, porque "só quem está no convento sabe o que lá vai dentro". Ah, e outra: que me desculpem os homens, mas neste tema acho que têm muito pouco a "apitar", mesmo que sejam os pais da criança, mas muito menos quando não é do vosso bebé que se trata (a não ser que sejam obstetras ou pediatras). Se há coisa que me irrita é ver homens a mandar bitaites sobre planos de parto ou sobre amamentação alheia, quando ninguém lhes perguntou absolutamente nada. E quando acham que podem criticar as mulheres pelas suas escolhas, então, é a gota de água. Perdoem-me, mas o vosso poder de argumentação pesa muito pouco num assunto do qual nunca poderão perceber mais do que dois ou três por cento. E ninguém leva a sério a crítica sobre um tema que se baseia única e exclusivamente no "imagino", no "ouvi dizer" ou na pesquisa pela internet. É a mesma coisa que eu dizer que certo filme é bom ou mau sem nunca ter posto os pés no cinema (nem poder sequer passar do foyer). Pensem um pouco: salvo raríssimas exceções, algum dia consideraram a opinião de uma mulher sobre futebol? Pois, bem me parecia.

Isto tudo para dizer que eu, sendo muito compreensiva para com quem escolhe não amamentar, depois de muito ler e ouvir sobre o assunto, descobri que afinal faço muita questão de o fazer. É daquelas coisas que acho que valem a pena, ainda que o início possa ser complicado (e é muito provável que seja). Segundo o que li, o primeiro passo é, além de querer, claro, encarar a coisa com naturalidade, sem pressões. Se o estado de espírito for de stress ou de receio, está tudo estragado - o organismo deixa de produzir ocitocina, e em consequência também dificulta a produção do leite. Há que facilitar um ambiente tranquilo para a mãe e bebé, e seguir todas aquelas regras que nos ensinaram no curso Pré-parto: a posição do bebé, a boa pega, as massagens na mama para aliviar a produção de leite em excesso, etc etc. As restrições na alimentação são a única coisa que me aborrece mais, já que já suportámos nove meses de certas privações, mas segundo o Enf. Luís Pedro, há algumas proibições que são mito. Ou seja, se a mãe já ingeria normalmente determinados alimentos durante a gravidez, isso significa que esses mesmos alimentos não vão afetar o bem-estar do bebé, já que este já está mais do que habituado. Claro que o álcool continua a ser proibido, mas o café pode ser tomado, se for logo após terminarmos - assim haverá tempo suficiente para o organismo o digerir nas próximas três horas, sem que afete o leite.

Outra coisa importante é não estabelecer metas. Ou seja, sei que gostava de amamentar até aos cinco, seis meses, mas não vale a pena pensar nisso, não vá a coisa correr menos bem e depois ficar desiludida. É levar um dia de cada vez e esperar pelo melhor. Se superarmos os primeiros tempos, em que parece que é mais alta a taxa de desistência, então estamos no bom caminho. E pensar sempre que somos capazes e que, afinal de contas, fomos feitas para isto. Se é o melhor para mim e para ela, então fico feliz se for bem sucedida. Acho que deve ser uma experiência maravilhosa e que a tal dependência que me fazia ponderar o leite adaptado vai ser algo que me vai preencher imenso (espero não vir a morrer pela boca...). Por isso é fazer tudo certinho, pedir ajuda se tiver dificuldades, e ver como corre. Em caso de emergência, é resolver da melhor forma e contornar o obstáculo, não desistir à primeira nem à segunda, e tentar levar o barco a bom porto. Sem pressões, acho que vai correr tudo bem. Se não correr, paciência! Caso aconteça o pior e seja levada a desistir, também sei que me estou nas tintas para o que os outros pensam e que dei o meu melhor. Filmes de terror é que não, senhores. Depois de nove meses de gravidez e um parto, acho que do que menos precisamos ambas é de dramas...

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por Carmen Saraiva

Fotógrafo procura-se

Quarta-feira, 06.11.13

Ando à procura de quem me faça uma sessão fotográfica de grávida daquelas giras giras. Já me fartei de pesquisar e não sei se aquilo que tenho visto me enche as medidas. Depois os preços também não me agradam, sobretudo tendo em conta o tipo de fotos e a qualidade que se espera. Não sei se prefiro em estúdio ou no exterior, as duas opções são válidas, apesar de no exterior me parecer mais engraçado. O pior é o tempo, que a partir de agora é sempre incerto, claro. Espero conseguir achar alguém que me agrade depressa, de preferência antes de ir para a maternidade. Se por acaso alguém já tiver feito e tiver uma boa sugestão, agradeço!

 

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