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Podia ser em papel. Mas não era a mesma coisa.
Não sei se foram os genes ou a quantidade de cremes antiestrias que usei, mas da gravidez e período pós-parto não fiquei com umazinha para contar história. As únicas que tenho foram duas que me apareceram na virilha, muito antes de engravidar - não faço a mínima ideia porquê. Portanto a operação antiestrias resultou com sucesso! O meu maior medo era ficar com algumas no peito e na barriga, mas nada de nada. Wohoo! A barriga já foi completamente ao lugar, agora só falta tonificar com as idas ao ginásio, para o qual pretendo voltar em breve.
Além disso, 15 quilos já lá vão. Estou agora com menos 12 quilos do que tinha quando engravidei, e isto só foi possível porque não engordei praticamente nada durante os nove meses (2/3 quilos apenas), graças à boa alimentação e ao ginásio, que frequentei até aos 7 meses de gestação. Vesti no outro dia uns calções que já há dois invernos não me serviam, e calço botas e galochas que antes me ficavam justas na perna, e agora até têm folga sobre calças e leggings.
Andou uma pessoa a fazer não sei quantas dietas durante anos a fio, e afinal o que precisava para emagrecer era engravidar. Podiam ter dito mais cedo.
No sábado houve o 1º Encontro Zen do "meu" ginásio na Praia dos Moínhos, em Alcochete. A entrada era livre e o programa incluía uma série de atividades durante todo o dia, desde Yoga e meditação, a Taichi, passando por alguns workshops de dança oriental. Tudo coisas de que sempre gostei e que agora me fazem mais falta do que nunca. Mas o que mais me despertou a atenção foi mesmo o concerto de gongos e taças tibetanas, da responsabilidade do prof. Ângelo Surinder. Quem já tinha experimentado disse-me que era imperdível, e assim lá fui eu, depois de um almoço rápido, tirar a prova dos nove.
Não faço ideia de quanto tempo estivemos ali, deitados sobre colchões e toalhas, na relva em frente à praia, à sombra das árvores. Os minutos passaram a correr. Corria uma brisa leve e, apesar da temperatura não estar propriamente amena, não se sentia o calor. Só posso dizer que adorei os sons das taças, dos gongos, dos paus de chuva (que não eram paus de chuva, mas sim uma espécie de cordões de pedrinhas que emitiam o mesmo tipo de som), em combinação com o som do vento a passar por entre as folhas das árvores - um verdadeiro bónus da natureza que encaixava ali na perfeição. O bem-estar era total. A voz do prof. Ângelo, que nos guiava nesta sessão de relaxamento, não podia ser mais melodiosa (fez-me lembrar aquelas vozes que fazem a narração dos desenhos animados ou das histórias da Disney que ouvia em cassetes, quando era miúda). Deu para viajar um pouco sem sair do lugar. De facto não admira que os budistas sejam os seres mais zen à face da Terra e que emanem uma paz absoluta - é impossível não se ficar completamente rendido aqueles sons, que parece que se fundem com o mais profundo da nossa alma. A bebé fartou-se de dar pontapés e depois da sessão o prof. explicou-me que aqueles sons e a sua vibração são muito mais facilmente sentidos dentro de água, ou seja, é bastante provável que ela os tenha ouvido tão bem ou ainda melhor do que nós. O Ângelo também faz este tipo de sessões especialmente para bebés, e fiquei super entusiasmada com a ideia de levar depois a bebecas para experimentar. Pode ser que mais tarde a ajude a ser uma adulta mais zen, coisa que a mãe dela também gostava de ser e nem sempre consegue.
Depois de duas semanas de interregno, hoje é dia de retomar o treino no ginásio. Já sinto saudades e confesso que noto alguma diferença, sobretudo à noite, quando tenho mais dificuldade em dormir, coisa que não acontece quando faço exercício regularmente. Neste momento já tenho mais duas semanas de volume abdominal, que a partir desta altura do campeonato vai começar a sobressair cada vez mais, por isso hoje vou avaliar se consigo continuar a fazer todos os que constam da minha lista, caso contrário terei de adaptar alguns deles para se tornarem pregnant friendly, ou baby no bucho friendly. No entanto, parar por completo está fora de questão, a não ser que algo corra mal e seja contraindicado pelo médico. Vou tornar as cargas e o ritmo mais soft, se for preciso, mas quero permanecer sempre ativa até ao fim, até porque isso só nos beneficia ambas. Faz bem ao corpo e à alma!
Os fiéis companheiros de luta: um dos meus três amados pares de Skechers, os Tone-ups, especiais para fitness (na foto parecem amarelos mas na realidade são verde-vivo, e eu adoro esta cor, alegra logo o meu dia); o velhinho mas inestimável iPod, comprado na viagem a Nova Iorque quando aqui ainda eram a última Coca-cola no deserto (oldie, but goodie); e as luvas aderentes sem dedos que uso para o trabalho em máquinas (uma pessoa pensa que são só para o estilo, mas no outro dia esqueci-me de as levar e notei uma diferença enorme, afinal são mesmo indispensáveis).
É hábito recente, mas que tem dado frutos. Sempre pratiquei desporto, não nas aulas de educação física da escola (para essas aproveitava toda e qualquer desculpa para me baldar), mas em locais com as mínimas condições e onde pudesse dedicar-me a qualquer coisa que me agradasse mesmo. Ele foi ginástica, ele foi equitação, patinagem, hip hop, step, dança, o importante era que gostasse. Depois veio a faculdade e os dias não esticavam. A preguiça não me deixava sair de casa ao fim de semana, a única altura em que tinha algum tempo livre para mexer o rabo, que por esta altura já estava muitas horas sentado. Mais tarde veio a rotina do trabalho - ainda pior. Contas feitas: cerca de dez anos sem praticar desporto com regularidade. Houve algumas tentativas falhadas pelo meio, mas acabava sempre por deitar a toalha ao chão ao fim de meia dúzia de aulas. Era oficial: as banhas instalavam-se a pouco e pouco, crentes de que isto não era mulher que fosse capaz de lhes fazer frente, e não havia dieta nem creme que as exterminasse. Mas quando uma pessoa chega aos 30 começa a pensar não no lado estético da coisa (apesar de ser muitíssimo importante e um excelente bónus), mas na saúde. Que a "máquina" tem de continuar oleada e operacional pelo menos por mais 50 anos, queira Deus, e sem manutenção não há milagres - o mais provavel é que se nos empane pelo caminho. E isso foi o principal motivo que me convenceu a retomar o "levantamento de pesos". Desde há cerca de quatro meses que faço um treino completo de duas horas, duas ou três vezes por semana (sim, vamos com calma!), e sinto-me muito melhor, física e psicologicamente. O espaço é pequeno e tem geralmente pouca gente, pelo menos às horas que costumo ir, o que para mim é fundamental. Detesto aqueles ginásios cheios de bronzes falsos, testosterona e pessoal a levantar 200 quilos, que intimidam qualquer caloira como eu. O staff é gente muito querida e que sempre me tratou pelo nome (assim até parece que já lá ando há muuuuuitos anos), acompanham e sabem motivar, o que acho indispensável para haver continuidade do trabalho. Talvez tenha sido a ausência destes fatores a causa das minhas anteriores desistências. Quando uma pessoa se sente bem-vinda, parece que o exercício nem custa tanto, até porque já deixei de estar obcecada pela perda de peso e penso antes em todos os outros benefícios que vêm por acréscimo. Magra nunca fui nem serei, mas saudável é essencial.