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Por Carmen Saraiva

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Grande 31

Quinta-feira, 17.10.13

O dia 15 foi um dia cheio. Marquei mil e um compromissos e depois andei a correr de um para outro, atrasada, claro, na maioria das vezes. Mas gostei de não ter tido tempo para parar e pensar, "Hmmm... já estou mais perto dos 40!" Em vez disso decidi fazer uma mudança radical e dei um grande corte no cabelo. O marido ficou em choque, mas eu sinto-me lindamente. O comprimento era tanto que já nem conseguia mantê-lo solto, sobretudo agora que começo a sentir os afrontamentos do último trimestre da gravidez! E, já dizia a minha rica mãezinha, "Para que queres cabelo comprido se andas sempre com ele atado?" Exatamente. Agora está pelos ombros e não me lembro de o ter tão curto já há alguns anos. E está esticado, o que significa que quando os caracóis voltarem vai levantar um pouco mais... Mas não faz mal! Vai voltar a crescer, e uma mudança é sempre uma lufada de ar fresco. Sentia-me super pesada (e não pela razão mais óbvia), e agora com um novo look até vejo a vida com outras cores.

Depois do almoço em família, que foi giríssimo (comi um robalo grelhado que estava uma delicia), passei na Maria Pestana para a manutenção das minhas pestanitas - agora estão mais cheias e ainda mais dramáticas! Adorei! Isto em combinação com o novo corte pôs a autoestima dos 31 lá em cima. Depois cheguei atrasada ao lanchinho com as meninas - foram quase entradas do jantar. Mas foi muito bom aproveitar aquele bocadinho para estar com elas, ainda que tenha sabido a pouco! A seguir fomos à aula do curso pré-parto que perdemos na semana passada, a que falou sobre amamentação. Algumas teorias já conhecia, outras foram novidade. Acho que depois do curso pré-parto vou parar por aqui no que diz respeito às leituras e aos workshops. Quero mesmo é a prática, já tenho a cabeça cheia de um completo manual de instruções de bebés. Só falta dar-lhe uso.

O dia terminou com um jantarinho de sushi, que já não comia há séculos e soube lindamente. Só chegámos a casa perto da meia-noite. O dia passou num instante, tal como o ano, mas foi muito feliz. E agora o que aí vem será ainda melhor.

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por Carmen Saraiva

Pronto, começou...

Sexta-feira, 27.09.13

Não era preciso ser logo assim à bruta, outono. A sério. Alerta amarelo e ainda nem sequer estamos em outubro? Hoje acordei de madrugada com o barulho da chuva forte a cair, e ao mesmo tempo que sabe bem estar na cama a ouvir o temporal a desabar lá fora, é estranho ser logo assim tão de repente. A mudança da estação foi repentina e nem deu tempo a uma pessoa se mentalizar. Assim não pode ser, S. Pedro. Eu sei que em certas coisas é melhor ser logo de uma vez (tipo, com o arrancar dos pensos rápidos), mas nestas coisas não. É preciso fazer o luto do calor, derramar ums lagrimitas, beber umas cervejolas (para quem pode), fazer uns petiscos de marisco e tal na esplanada, tudo antes de largarmos de vez o biquini e as Havaianas. É senso comum. Assim uma pessoa fica deprimida ainda antes da mudança da hora, porque o dia está tão escuro que são 10 da manhã e parecem 7 da tarte, e é escusado tanto sofrimento por antecipação.

Mais: tenho poucos sapatos fechados aqui à mão, porque quando faço a mudança dos armários geralmente faço a troca e arrumo tudo em caixinhas no sótão, e também não vou dar-me ao trabalho de os ir buscar antes das últimas férias de praia deste ano, que começam já daqui a uma semana. Sim, eu ainda vou aproveitar um solzinho e uma prainha esperta, oh se vou! Por isso parece que se continuamos assim vou ter mesmo de me aguentar à bronca sem as galochas.

Casacos também é outro departamento interessante. Simplesmente não me servem, claro está. Já na quarta-feira tentei fazer as apresentações formais entre os mesmos e a barriga, e não me parece que tenha corrido bem. É coisa para ficarem de relações cortadas durante todo o outono e parte do inverno. Os ponchos serão a solução mais prática, segundo as minhas previsões, porque abotoar seja o que for nos próximos tempos é mentira. Esta nova estação vai ser, no mínimo, interessante em termos de opções de guarda-roupa...

 

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por Carmen Saraiva

Já chegou

Segunda-feira, 23.09.13

É a estação que anuncia o frio, mas apesar de tudo uma que me diz muito. O outono traz o nosso aniversário de casamento, o meu aniversário, o aniversário do sobrinho JA, as castanhas, a Feira da Golegã, e também o regresso de alguns hábitos e rotinas que só aqueles dias mais frescos permitem. É a despedida do verão, mas não consigo associá-lo à tristeza nem à decadência. É uma estação que me deixa feliz! Gosto de tirar as botas e os botins do armário, de resgatar as echarpes e do quadro do pôr do sol ao final do dia. Gosto da contagem decrescente até ao Natal. Gosto de fazer cozinhados no forno e de ter a casa mais quentinha. Gosto de acender velas por todo o lado. Gosto da paleta de cores, dos laranjas, dos beges, dos amarelos, dos dourados, dos castanhos (a maquilhagem de outono é uma das minhas coleções favoritas do ano precisamente por isso). Gosto de me enroscar com o marido numa manta no sofá e ver um filme ao domingo à tarde. Gosto de uma imensidão de coisas que só acontecem no outono, e é por isso que, mesmo sabendo que vou morrer de saudades da praia, não me sinto deprimida.

Este outono é ainda mais especial porque marca os últimos meses até à chegada da nossa menina, que poderá vir ainda antes que ele termine, ou então no início do inverno, se achar que dentro da barriga é que se está bem e que não vale a pena apressar a coisa (o que eu sinceramente espero). Seja como for, será o último outono em que somos apenas nós dois...

 

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por Carmen Saraiva

Happy days

Terça-feira, 17.09.13

Há pessoas tão cheias de si que nem sei como cabem nas portas. E depois há aquelas que são generosas e que dão o melhor de si aos outros só porque sim. Porque lhes corre no sangue e lhes preenche a alma. E quando nos damos conta de são mais estas do que as primeiras, essa pequena grande realização torna os dias mais felizes.

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por Carmen Saraiva

Sobre a lei da compensação

Terça-feira, 27.08.13

Ao longo da vida, vamo-nos cruzando com centenas de pessoas nos mais diversos contextos. Umas evoluem do estado "simples conhecidos" para o patamar de "amigos", outras nunca passam disso, umas são-nos indiferentes, outras tornam-se verdadeiros ódios de estimação.

Para mim, entre todas elas, sempre houve mais duas categorias distintas: aquelas que me inspiram boas energias, as que me fazem sentir bem, para cima, que têm em torno delas uma aura de cores bonitas e esbanjam boa disposição; e aquelas que têm em mim precisamente o efeito contrário, ou seja, que ao entrar numa sala enchem o ar de um negativismo impressionante e poluem imediatamente o ambiente, pessoas que estão de mal consigo próprias e com o que têm, que traçam como único objetivo prejudicar e ver os outros infelizes para se sentirem melhor na sua tristeza crónica e nas suas vidas desprovidas de sentido e propósito, e até chegam ao ponto de me fazer sentir mal fisicamente, tal é a intensidade do pessimismo que as envolve. Basicamente, pessoas cheias de "maus fígados", como digo às vezes. Infelizmente já tive de conviver com algumas que se encaixavam nesta última categoria, e não foi fácil. Gosto de estar sempre bem-disposta, de rir e de sorrir, de fazer rir os outros e da harmonia entre os que me rodeiam, e quando me deparo com pessoas que são precisamente o oposto de mim, custa-me horrores ignorá-las e fingir que não estão ali. Mas já o fiz, por vezes diariamente, e não morri. É preciso lembrar também que essas pessoas só têm a importância que lhes dão (ou que lhes damos) e, como tal, se formos a ver, não têm absolutamente nenhuma.

Felizmente, e para compensar os erros de casting do destino, de vez em quando aparecem na nossa vida as pessoas que se encaixam na primeira categoria, e quando menos esperamos. Foi o que aconteceu ontem. Há uns meses, por portas e travessas, travei conhecimento com uma menina (digo "menina" carinhosamente, por ser só quatro aninhos mais nova do que eu, mas em termos de maturidade é evidentemente uma senhora) num contexto não presencial, ou seja, através da internet. Foi por mero acaso: ela leu alguns dos meus textos pessoais, identificou-se com os meus desabafos e passado alguns meses enviou-me um email muito querido e extenso em que, entre muitas outras coisas, explicava que, apesar de nunca me ter visto, se identificava imenso comigo e sentia até que já me conhecia. Tudo isto sem saber, sequer, o meu nome próprio. Fiquei emocionada com a simpatia e a entrega das palavras, adorei a forma como o escreveu e descreveu (sempre achei que a eloquência ou, neste caso, a boa escrita, traduz fielmente a nossa essência e é, em 90 por cento dos casos, um excelente cartão de visita), e respondi-lhe, agradecendo imenso. Acabámos por nos aproximar mais e dar um rosto aos emails através dessa coisa a que chamam Facebook, que pode não passar de uma rede social mais ou menos inútil, que já despoletou não sei quantos mal-entendidos e outros tantos divórcios, mas que ainda tem destas coisas boas: trazer-nos pessoas que dão mais colorido à nossa existência e que, doutra forma, nunca conheceriamos. E foi assim que ontem nos encontrámos finalmente e nos sentámos para o que deveria ter sido um café de poucos minutos numa esplanada, e que se alongou durante quase uma hora e meia, que passou a voar - diz que é assim quando nos sentimos felizes entre amigos. Muito se disse e se confidenciou, e muito mais haveria para rir e chorar, não fosse a pressão do tempo, que era limitado. Ficaram prometidos outros cafés e mais risadas. A F. é realmente a pessoa que sempre imaginei que era: simpática, extrovertida, genuína e inteligente. Para não falar de giraça, que isso já tinha percebido pelas fotos. Afinal já a conhecia, mas ainda não sabia o quanto. Fiquei muito feliz por ter feito uma nova amiga, e mais ainda, por ter já há alguns meses na minha vida, mas agora de forma mais presente, alguém como ela. Obrigada.

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por Carmen Saraiva

Mais um apontamento, para compensar

Domingo, 25.08.13


E aproveito para fazer um pequeno aviso: ai de quem não me preparar uma celebração destas no meu próximo aniversário...

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por Carmen Saraiva

Parabenzinhos atrasados

Domingo, 25.08.13

Ops! E já passou um mês (e três dias) desde o primeiro post, e nem me tinha apercebido! Até agora, o balanço é excelente e estou a adorar este registo diário de pensamentos e novidades. Vou continuar a cuidar deste pequeno bebé virtual com carinho e espero que venha a contar muitos aninhos, sempre com saúde!

 

e tal...

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por Carmen Saraiva

Jantar de sábado

Terça-feira, 20.08.13

No fim de semana que passou pude rever amigos com quem não estava já há quase três anos, desde que me casei. Um casal de ingleses e os filhos, que conheci ainda tão pequenos e dos quais cheguei inclusivé a ser babysitter, e que hoje já estão praticamente da minha altura: o Tim, a Joanne, o Daniel e o Benjamin. A história da nossa amizade é muito engraçada e quis o destino que se tornasse mais duradoura porque o momento em que se mudaram para portugal coincidiu também com o meu regresso temporário, durante as férias de verão, para terminar a tese de mestrado, que depois de terminada e entregue na faculdade ditou então o meu regresso definitivo.

Quando tomei a decisão de me inscrever no mestrado em Inglaterra e de me mudar para lá, sempre apoiada pelo meu pai, que me incentivou desde o primeiro segundo, prometi a mim própria que, por mais que a vida pudesse ser mais cara, não iria trabalhar em part-time. Isto porque a maioria dos trabalhos destinados ao "estrangeiro" eram normalmente em bares, restaurantes e afins, trabalhos que exigiam muitas horas e em regime de turnos, o que eu sabia que poderia afetar a minha dispobibilidade física e mental para estudar como deve ser. Além de tudo, eram mal pagos - bem pagos se compararmos com o que se ganha em Portugal a fazer o mesmíssimo trabalho, mas ainda assim nada que justificasse desleixar o meu rendimento e a dedicação ao mestrado, que era ao fim e ao cabo a verdadeira razão pela qual ali estava, e na qual o meu pai estava a investir monetariamente em meu proveito. Via amigos meus, até algumas das minhas colegas de casa, chegarem a casa às 3 e 4 da manhã depois de não sei quantas horas a trabalhar num bar ou num restaurante para ganharem umas míseras seis, sete libras à hora. O que acontecia era que no dia seguinte faltavam às aulas, pelo menos às da manhã, por se sentirem exaustos. Nunca quis isso para mim. Se fosse extremamente necessário esse dinheiro extra e o meu pai não tivesse condições de me ajudar, obviamente que o faria, mas já que não era, o meu total empenho era empregue na faculdade.

Certo dia um dos meus professores, sabendo que era portuguesa, chamou-me depois de uma aula para sondar o meu interesse em dar aulas de português para estrangeiros. Fiquei surpresa com a proposta. Disse-lhe que nunca na vida tinha dado aulas de coisa alguma, que tinha acabado de sair da faculdade e que até achava que não tinha jeitinho nenhum, muito menos vocação, para ser professora. Ainda assim, depois da minha honestidade brutal, explicou-me que um grande amigo, dono e diretor pedagógico do instituto de línguas a dez passos ali da faculdade (e da minha casa), o Language Specialists International, lhe tinha pedido ajuda para encontrar entre os seus alunos de mestrado alguém que ele achasse capaz de dar aulas de português e, de preferência, que fosse nativo, claro. Ele pensou em mim de imediato. Disse-me que o pedido tinha vindo da própria Royal Navy Britânica, que iria financiar estas sessões, e que o aluno era um dos seus oficiais, que dentro de poucos meses seria enviado para Portugal ao serviço da NATO, em Oeiras. Logo aí lembro-me que fiquei petrificada. Imaginei o estereótipo do típico oficial britânico fardado - formal, sisudo, velho, chato como o caraças. Eu, uma miúda de 23 anos, a ter de lidar com uma personagem dessas, ainda por cima num tête-à-tête, sem mais ninguém para aliviar o ambiente e mandar umas larachas. Deu-me o contacto do tal amigo e pediu-me que lhe ligasse para marcar uma reunião e saber mais pormenores; se estivesse interessada e disponível para o trabalho, ótimo, se não, não perdia nada.

Nesse dia liguei para o meu pai, em pânico, para lhe contar a novidade e pedir a opinião. Claro que ele disse logo que era uma excelente oportunidade e, desde que não prejudicasse os meus horários de aulas e estudo, devia aceitar. (Tudo isto ainda sem saber sequer quanto pagavam.) Acabei por marcar a reunião com o dono do instituto, muito simpático, que me disse que o tal oficial precisava apenas de saber o básico da língua portuguesa, algo que lhe permitisse fazer compras, andar na rua, pedir o jantar no restaurante, enfim, o que um turista precisa (ou deveria) saber quando vai de férias para um país estrangeiro. Tinham à minha disposição todo o material necessário, e para ele também, e eu poderia servir-me das instalações e recursos da escola para pedir o que fosse preciso. As aulas seriam de 3 horas, duas a três vezes por semana ao final da tarde, sempre depois de terminado o meu dia na faculdade, e o salário era de 16 libras por hora. Disse-lhe logo que sim sem pestanejar. Essa pequena fortuna, numa altura em que a Libra estava altíssima relativamente ao Euro, traduzia-se em mais compras, mais saídas com os amigos, mais idas ao cinema, tudo gastos supérfluos que tentava controlar ao máximo por não querer estourar a generosa mesada que recebia do meu pai. Ainda por cima, sendo estudante, sobre este valor não ia incidir qualquer desconto. Deram-me não sei quantos documentos e requisições para preencher, registei-me na Inland Revenue, a Segurança Social Britânica, e assim que tudo ficou em ordem e recebi o meu número de contribuinte vitalício ("Se um dia quiser voltar a trabalhar cá, nem que seja daqui a 50 anos, o seu número e o seu cartão ainda serão os mesmos", disseram-me), pudemos agendar a primeira aula. Preparei tudo com entusiasmo, ainda que estivesse nervosa por não saber que tipo de aluno me esperava: fiz o plano das aulas para os primeiros dois meses, imprimi folhas, inventei exercícios, estudei os livros. Acabei por achar que isto, afinal, era capaz de ser divertido e que se calhar até ia gostar. Três horas pareciam-me uma eternidade para encher, e por isso para a primeira fiz questão de levar material a triplicar.

Nesse dia acho que caminhei até ao instituto com uma certa má disposição, tal era a ansiedade e o nervosismo. Estive quase a voltar para trás e a ligar para lhes dizer que tinha uma unha do pé encravada e que afinal não podia ir. Mas fui. E o tal oficial que me fez ter pesadelos acabou por ser uma supresa. Pouco mais velho do que eu (11 anos a mais, descobri depois), uma cara simpática, muito descontraído e informal, apesar da tal farda branca da Marinha que lhe daria supostamente aquele aspeto mais austero, o Tim foi sempre um aluno interessado e sorridente, que fazia muitas perguntas sobre a cultura do nosso país, pedia-me fotos, factos interessantes, e contava imensas piadas a toda a hora. A meio da aula faziamos sempre um intervalo de 10 minutos para tomar chá (Earl Grey, sempre) e comer uns cookies, na sala de convívio dos professores, que a essa hora estava vazia, e conversávamos imenso. Acabou por se tornar mais do que um aluno, um grande amigo, quando chegou a altura de se mudar para Portugal e me disse que, caso eu estivesse disponível, fazia questão que as aulas de português que a mulher iria ter, já depois de instalados, também financiadas pela Royal Navy, fossem dadas por mim. Mais: desta vez, o valor pago por hora seria a quadriplicar. Fiquei muito feliz e agradecida e aceitei, claro. Depois de terminada a minha tese e já de volta a casa, começámos as aulas e acabei por conhecer a esposa, Joanne, da qual fiquei também muito amiga. Tornei-me frequentadora assídua da casa deles e chegaram a pedir-me que tomasse conta dos filhos naquelas ocasiões em que queriam sair para jantar e beber uns copos, porque, diziam, "não confiamos em mais ninguém". Nunca quis que me pagassem essas noites, em que basicamente os meninos estavam a dormir no quarto, e eu acabava a fazer o mesmo no sofá da sala depois de ver um ou dois DVDs, mas nunca me deixaram recusar e diziam mesmo que se iam sentir ofendidos se não aceitasse. "Pelo menos para a gasolina e portagem", era o argumento. Sim, portagem e gasolina até ao Algarve.

E assim se foram passando os anos, entre festas, almoços e jantares, até que chegou a hora da família regressar a Inglaterra. Agora só nos vemos de vez em quando, sempre que eles voltam de férias, e na promessa de irmos visitá-los a Surrey. São amigos queridos e nunca nos esquecemos deles. No sábado voltámos a reforçar a ideia - sim, vamos ver-vos! Até porque as minhas saudades de Carnaby Street já não cabem no coração. Se for antes de nascer a bebé, tanto melhor, caso contrário, vamos na mesma! O meu sobrinho mais novo foi a visitar-me a Inglaterra com apenas 4 mesitos, a minha irmã e o meu cunhado correram Londres inteira com ele em pleno fevereiro - museus, restaurantes, monumentos, lojas, parques - não se transformou em Calipo e ninguém morreu. Aqui está a prova de que é possível.

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