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Podia ser em papel. Mas não era a mesma coisa.
Pronto. Ontem o entusiasmo todo da primeira parte foi-se por água abaixo quando os EUA marcaram aquele primeiro golo que lhes deu o empate. Depois mais um golo, já estávamos a fazer as malinhas e no último minuto um golpe de sorte lá nos devolveu uma réstia de esperança quando já tudo parecia mais que perdido. Uma coisa é certa, não tenhamos dúvidas: ao contrário do que aconteceu no jogo com a Alemanha, jogámos muito bem e estivemos à altura de uma equipa nada fácil. Lutámos e fizemos por merecer uma vitória, que muito injustamente resultou num empate. Foi pena, agora lá temos de depender do resto das equipas se quisermos ficar pelo Brasil mais uma semaninhas. Quinta-feira já teremos a resposta.
Não sou particularmente fã de futebol. Não sei os nomes dos jogadores da equipa que apoio (que, por influências paternais, é o Futebol Clube do Porto, by the way), nem quando jogam, nem contra quem, nem quantos pontos já levam de avanço ou atraso no campeonato. Mais: detesto fanatismos, seja de que ordem forem, e odeio gente que se dá ao trabalho de armar discussões ou estragar amizades à conta do futebol. É muito triste e muito feio em homens, e em mulheres nem vou falar, porque me chega a dar vómitos. Chorar ou irritar-se por causa de futebol é típico de gente que tem falta de problemas reais nas suas vidas e que tem muito pouco com que se preocupar, "benzós Deus".
No entanto, há uma coisa de que gosto realmente: ver jogar a nossa Seleção. Aí sim, convidem-me para assistir aos jogos, preparar uns aperitivos e torcer fervorosamente, que eu lá estarei. E foi por isso que me custou horrores ver-nos perder na passada segunda feira contra a Alemanha. Doeu. E 4-0 foi demais para os nossos corações. É que nem unzinho para nos salvar a honra conseguimos marcar. No próximo domingo jogamos outra vez, apesar de a horas tardias, e por aqui vamos continuar a apoiar a equipa da nossa Nação, por mais ou menos coxos que possamos estar. Ainda há esperança, apesar dos 4, e espero que não tenhamos a mesma sorte de nuestros hermanos. (O que, confesso, ao início ainda me deu vontade de rir, mas depois quando imaginei os meus avós a revirarem-se nas suas campas, achei que era melhor parar...)
Então parece que vamos todos para o Brasil, não é verdade? Custou, mas foi. Cristiano Ronaldo justificou ontem os milhões que ganha, é um facto. Gostei da garra e gostei do show de bola que o menino deu, e fico contente que tenha sido visto em todo o mundo. Aliás, um jornalista madrileno assistiu fervorosamente ao jogo e vibrou com cada golo de Ronaldo, deixando depois uma mensagem em vídeo a Blatter, que vi há pouco na TV, em que glorificava convictamente o jogador como o melhor do mundo, o número 1, o Deus da bola. É bom que ele esteja em alta, que a seleção esteja em alta, porque nós também ficamos, por afinidade. E é disso que precisamos, de algo que anime isto, caso contrário entramos todos em depressão, que para más notícias já chegam as de todos os dias. À falta de melhor, valha-nos o futebol.
Só tenho pena que Ronaldo só seja o maior quando marca não sei quantos golos e salva o dia. Quando por acaso está mais em baixo ou em maré de azar, vai de bestial a besta, já se sabe. Mas ainda bem que ontem não se deu o último caso. Assim já podemos todos começar a comprar os ingredientes para as caipirinhas e para as moquecas de camarão. Vai ser o primeiro Mundial de Magá, vou ter de comprar um mini equipamento para ela vestir no dia dos jogos. Pode ser que dê sorte.